Bancada religiosa derruba nome social e se mantém contra educação sexual nas escolas

O Plano Estadual de Educação passou com 121 emendas na Assembleia Legislativa do Ceará e as polêmicas começaram a partir da proposta de inserir materiais de educação sexual para os alunos

Na noite dessa quinta-feira (05), o Plano Estadual de Educação passou com 121 emendas na Assembleia Legislativa do Ceará. As polêmicas em relação ao plano começaram a partir da proposta de inserir materiais de educação sexual para os alunos. 
 
Durante a votação do Plano de Estadual de Educação, teve confusão no Plenário 13 de Maio. Os itens que tratavam de sexualidade e discriminação geraram bate-boca e protesto entre pessoas que acompanhavam a sessão nas galerias. Durante o discurso da deputada Rachel Marques (PT) em defesa do nome social para LGBT, alguns visitantes chegaram a ficar de costas. A bancada religiosa conseguiu derrubar o nome social por 10 votos a 9, além de 5 abstenções.
 
A bancada mais conservadora da Assembleia também foi contra a inclusão do tema no plano. "O público que eu represento entende e repudia completamente a ideologia de gênero e repudia a intervenção da escola na educação dos pais. Então, aconteça o que acontecer, quem votou em mim vai saber que eu me posicionei e lutei até o último minuto", disse a deputada estadual Drª Silvana (PMDB).
 
Alguns manifestantes marcaram presença na sessão com faixas a favor e contra o projeto. "Nós temos que transformar todas essas políticas públicas em uma sociedade protetora, acolhedora e que reconheça a diversidade e a pluralidade e que conviva bem com ela", alegou Renato Roseno, deputado estadual (PSol).
 
Existe uma emenda à constituição do Estado que proíbe a ideologia de gênero na rede de ensino, o que levou a base do Governo a recuar na proposta. "Chegamos a um posicionamento, pra grande maioria da casa, de que nós devemos nos afastar da ideologia de gênero, mas devemos garantir que as escolas vão ter política concreta para superar todo o tipo de preconceito", explicou Elmano de Freitas (PT).
 
O Plano de Estadual de Educação foi discutido durante todo o ano de 2015 por mais de duas mil pessoas nas 7 regiões do Estado. Além da questão didática nas escolas, o plano também engloba questões orçamentárias importantes que vão nortear os investimentos na área pela próxima década.