Saiba como grávidas podem evitar zika vírus e proteger o bebê da microcefalia

Nessa terça-feira (01), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) emitiram um alerta mundial sobre a epidemia de zika vírus. A organização pede que os países estabeleçam capacidade de diagnóstico da doença e que se preparem para um aumento no número de casos reforçando o atendimento pré-natal e neurológico. 
 
O comunicado da OMS reconheceu, oficialmente, pela primeira vez a relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia. Segundo a organização, somente neste ano foram confirmados casos de zika em 9 países do continente americano, entre eles o Brasil. No Ceará, 9 casos já foram confirmados em 2015 e 25 estão sob suspeita.
 
Até o momento, não existe tratamento ou vacina disponível para evitar a infecção por zica. O que pode ser feito por hora, de acordo com infectologistas, é impedir a transmissão, combatendo os focos do mosquito. 
 
Mas as grávidas podem adotar algumas medidas para a prevenção. "A grávida, em casa, deve fazer um trabalho muito qualificado para eliminar todos os possíveis focos do mosquito e, evidentemente, neste momento, é preferível que nos primeiros meses de gravidez, a mulher use roupas longas, como calças cumpridas, meias, blusas de manga longa e passar repelente nas mãos e no rosto e dormir, inclusive, com um véu que chamamos de mosquiteiro", indicou Anastácio Queiroz.
 
Apesar dos cuidados para prevenir a doença, para o especialista, não há motivos para pânico. "Motivos para pânico não há, mas para preocupação sim. Tem que haver uma recomendação geral para eliminar o mosquito e as mulheres devem se proteger das picadas do possível mosquito transmissor do zica para que ela possa evitar qualquer dano ao seu bebê", alertou. 
 
Grávidas apreensivas
 
Vanessa Queiroga está à espera de Raul e na última ultrassom, feita esta semana, a jornalista se deparou com uma situação angustiante. "Eu fui fazer a última sonografia do meu bebê e foi tudo ótimo, deu tudo certo com ele, mas não foi o caso de uma outra grávida que estava na sala ao lado a que eu estava fazendo o exame. Ela saiu chorando muito, saiu desolada de lá. Eu perguntei para uma funcionária o que tinha acontecido e ela disse que estava com suspeita de que o bebê tivesse microcefalia. Foi muito tenso", explicou Vanessa. 
 
Aos 8 meses de gravidez, a jornalista teve acompanhamento médico durante toda a gestação, mesmo assim, se preocupa com a epidemia de microcefalia no Estado. "Mesmo com os médicos dizendo que está tudo bem com o meu bebê, eu não consigo relaxar. Eu quero ter a certeza de que está tudo certo quando ele nascer", revelou. 
 
Condição rara
 
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o tamanho do crânio menor que o normal. O MS já confirmou a relação a doença e o zica vírus, que é da mesma família do vírus da dengue e, por isso, também é transmitido através da picada do mosquisto aedes aegypti. 
 
"O quanto mais jovem é o organismo, mais ele é sensível aos agentes microbianos. Então, aquele cérebro e corpo que estão se desenvolvendo sofrem muito mais as agressões daqueles vírus que causam alteração nas células. Então, um corpo em formação, o vírus vai prejudicá-lo e levar as alterações ao não desenvolvimento adequado do cérebro e se dá a condição chamada microcefalia", explicou Anastácio Queiroz, infectologista.