Corredômetro: secretário interino de Saúde repudia iniciativa

O secretário interino de Saúde do Ceará, Henrique Javi, esteve nessa quinta-feira (14) no Sistema Verdes Mares para falar sobre a situação das unidades hospitalares.
 
Para o atual chefe da pasta, a decisão do governador Camilo Santana de cancelar o buffet para os médicos foi correta. Sobre o corredômetro, que monitora o número de pacientes nos corredores dos hospitais, Henrique Javi repudiou a iniciativa. 
 
A reunião foi informal e em tom de apresentação. O secretário conversou com jornalistas da TV Diário, Diário do Nordeste e TV Verdes Mares. Henrique Javi falou sobre as dificuldades do setor que, segundo ele, passam fundamentalmente pela questão do financiamento da saúde pública no país. 
 
Ele citou um exemplo; em 2005, a esfera federal entrava com 45% dos recursos investidos na saúde pública do Ceará. O Estado respondia com 53%. Em 2014, a realidade mudou dramaticamente. O Estado passou a responder por 73% do custeio por conta do aumento do número de leitos ofertados. 
 
Como resolver o problema da superlotação?
 
Quanto à superlotação nas unidades de saúde, para o secretário, um passo importante é trabalhar outra plataforma de regulação. A ideia é que cada paciente procure o hospital de acordo com o perfil de atendimento que ele precisa. 
 
"Existe sim uma busca, cada vez, maior da eficiência do sistema regulador. Só para vocês terem ideia, desde o ano passado está sendo unificado toda a plataforma de regulação", explica Henrique. 
 
Há quem diga que na crise da saúde pública do estado do Ceará há elementos políticos. A atuação das entidades representantes da categoria médica, por exemplo, instituiu o "corredômetro"; o levantamento diário do número de pacientes dos corredores dos hospitais. 
 
O secretário repudiou a iniciativa. "É totalmente dispensável porque a Secretaria de Saúde não precisa desse acessório pra poder fazer isso. A Secretaria acompanha isso. É a nossa obrigação estar atento à essa condição o tempo inteiro", explica. 
 
Outra situação é o atendimento de pacientes que possuem planos de saúde na rede pública. O secretário esclareceu se o estado cogita cobrar por esse atendimento.
 
"Isso é política federal. O Sistema Único de Saúde está vinculado a uma política federal e obviamente os estados e os municípios utilizam-se das políticas federais. Então, dentro dessa lógica, o sistema é ressarcido.