Transtornos mentais são terceira causa de afastamento do trabalho

Os transtornos mentais são a terceira causa de afastamento do emprego no Brasil.
 
E os problemas psicológicos causados pelo ambiente de trabalho vêm crescendo em uma proporção que impressiona.
 
Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o número de benefícios acidentários concedidos em um intervalo de cinco anos aumentou mais de 1.800%. Uma realidade que pesa nos cofres públicos, na produção das empresas e na vida do trabalhador.
 
Correria, cobranças e convivência desgastante; para muitos, o dia a dia de trabalho não é nada fácil. E nem sempre é possível lidar com os problemas e separá-los da esfera pessoal. 
 
"É ruim. A gente tem estresse em casa e leva pro trabalho às vezes. Se não souber separar é ruim para os dois lados; tanto para o trabalho, como para a casa", explica Elaine Freitas, trabalhadora rural.
 
Só no ano passado, o INSS condeceu no Ceará 4.074 auxílios doença por problemas mentais e comportamentais; 6% do total do benefícios autorizados. São 11 a cada 24 horas. 
 
Neste ano, já foram 566 auxílios doença de natureza psicológica, dados a profissionais cearenses. A preocupação dos especialistas é com o aumento de benefícios acidentários, quando o INSS considera que o próprio ambiente de trabalho causou o transtorno. 
 
No caso, a empresa é obrigada a continuar pagando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a reincorporar o profissional por, pelo menos, um ano, após a liberação médica. 
 
Em 2007, o INSS concedeu 612 benefícios acidentários por auxílio doença, em casos de transtorno mental, em todo o Brasil. Em 2012, esses números já chegavam a 11.590 casos. O aumento de quase 1.800% mostra que, de uma forma geral, a rotina de trabalho não tem sido saudável para o brasileiro.