'Não adianta tentar acabar com minhas ideias, não tem como prendê-las', declara Lula

Neste sábado (7), o ex-presidente fez o primeiro pronunciamento público e afirmou que irá se entregar à Polícia Federal de “cabeça erguida”

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fez o primeiro pronunciamento público, neste sábado (7), após a decisão do juiz Sérgio Moro, que expediu uma ordem de prisão para o petista. Durante o discurso, que durou 55 minutos, Lula afirmou que irá se entregar à Polícia Federal e negou ser dono do triplex em Guarujá, no estado de São Paulo. O político foi condenado por 12 anos e mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do imóvel investigado pela Operação Lava Jato.

“Não adianta tentar evitar que eu ande por esse País, porque tem milhões e milhões de Lula, de Manuela D'Ávila, de Dilma Rousseff para andar por mim. Não adianta tentar acabar com as minhas ideias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Não adianta tentar parar os meus sonhos, porque quando eu deixar de sonhar, sonharei pela cabeça de vocês e pelo sonhos de vocês. Não adianta achar que o Lula vai parar no dia que meu coração tiver um infarte. Isso é bobagem! Porque meu coração baterá pelo de vocês e eles são milhões. Eles têm que saber que a morte de um combatente não para uma revolução!”, declarou o ex-presidente.

Lula está na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), desde a madrugada desta sexta-feira (6). Apoiadores do ex-presidente cercam o prédio desde quinat-feira (5). Ao encerrar o pronunciamento, o petista afirmou que irá se entregar de “cabeça erguida”.

"Esse pescoço não baixa. Minha mãe fez pescoço curto pra não baixar. Vou de cabeça erguida e vou sair de peito estufado porque vou provar minha inocência", finalizou.

O ex-presidente foi carregado nos braços da multidão de apoiadores, enquanto distribuía flores brancas. Após o discurso, Lula deixou o caminhão de som e passou mal. Do carro do som, solicitaram a entrada de um médico na sede do sindicato.

Defesa

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, negou neste sábado (7) o recurso apresentado na sexta-feira (6) pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender a decisão do juiz federal Sérgio Moro que determinou a execução provisória da pena de 12 anos e um mês de prisão na ação penal do triplex do Guarujá (SP).

No recurso, a defesa de Lula sustentava que Moro não poderia ter executado a pena de prisão porque não houve esgotamento dos recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal.

Veja mais informações na reportagem do Comando 22.