Ailton Lopes chama atual governo de irresponsável

Finalizando a série de entrevistas com os candidatos ao Governo do Estado, nesta quinta-feira (18) o Jornal do Meio Dia recebeu Ailton Lopes (PSol).
 
Durante a entrevista, o candidato defendeu seu programa de governo que prevê o investimento de 10% do PIB do Estado na educação. Ele esclareceu que pretende ampliar de 25% para 30% os recursos arrecadados em impostos para a educação pública e 5% da receita líquida das empresas estatais com o mesmo objetivo.
 
Ainda assim, Ailton Lopes acredita que seja insuficiente. "Nós temos um Estado que, apesar de ter aumentado sua capacidade de arrecadação, ainda representa um volume aquém das necessidades dos próprios municípios", explicou.
 
Calote x suspensão
 
Grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará vem das empresas ligadas ao agronegócio. Em seu programa de governo, o candidato do PSol propõe a suspensão do pagamento de dívidas do Estado.
 
Ailton Lopes fez questão de esclarecer que não se trata de um possível calote. Ele lembrou sua atuação como funcionário do Banco do Brasil e como funciona a cobrança de juros que, segundo Ailton, são abusivos.
 
"É supensão - não estamos dizendo que não vamos pagar - para fazer uma auditoria para saber qual é a taxa de juros que está sendo cobrada, o tamanho e a qualidade da dívida", esclarece.
 
Ele ainda completou, "a gente não pode fazer é como o atual governo que empenhou todo o Fundo de Participação dos Estados, que é o maior repasse que a gente recebe, para a construção de uma ponte estaiada. Isso é que é irresponsabilidade. Isso é calote social".
 
Preconceito
 
A de Ailton Lopes para as emissoras de TV chegou a causar polêmica por apresentar um beijo entre casais do mesmo sexo. No mesmo vídeo, o candidato assume sua sexualidade e defende uma gestão com políticas públicas para esse segmento da sociedade.
 
"Ao assumir a sexualidade, a gente não sai do armário sozinho. A gente tira do armário uma cadeia de relações. Minha mãe tinha um preconceito enorme", relembra o candidato. "Muito mais do que a criminalização, a gente aposta na educação como forma de tolerância. Não só em relação à diversidade, mas em questão de raça, cor, gênero".
 
Ailton afirmou ainda que, em 2012, o Ceará registrou 197 feminicídios. "Boa parte da nossa juventude que é exterminada é negra, pobre e mora na periferia", completou.