'A prioridade é limpar Fortaleza', diz Capitão Wagner sobre início de possível mandato

Em entrevista exibida na TV Diário nessa segunda-feira (24), o candidato falou sobre segurança pública, educação, transporte público, turismo e saúde

Ocupando o segundo lugar nas pesquisas de intenção de votos do Ibope à Prefeitura de Fortaleza, com 31,15%, e a seis dias do segundo turno eleitoral, o candidato Capitão Wagner, do Partido da República (PR), participou de uma rodada de perguntas e respostas na TV Diário, na última segunda-feira (24). A conversa foi conduzida pelos jornalistas do Sistema Verdes Mares Inácio Aguiar, Egídio Serpa, Tom Barros e pelo radialista Evandro Nogueira. O candidato Roberto Claudio (PDT) também passou pela mesma sabatina.
 
Wagner Souza Gomes nasceu em São Paulo, no dia 21 de janeiro de 1979 (37 anos). Nas eleições de 2012, foi o vereador mais votado em Fortaleza, com 43.655 votos. Em 2014, foi eleito deputado estadual, liderando novamente em número de votos, com mais de 193 mil votos.
 
No encontro, o candidato favoreceu novamente o tema da segurança pública, carro-chefe de sua campanha, mas outros assuntos também foram abordados, como educação, transporte público, turismo e saúde.
 
Embora atrás nas pesquisas, o candidato mostrou confiança ao afirmar que acredita que existem condições de ser o novo prefeito da Capital cearense a partir de 2017. Apostar na conquista dos votos brancos e nulos seria uma das saídas possíveis. "Começamos com 20 pontos percentuais nas pesquisas e hoje temos 44. Falta muito pouco para chegarmos ao índice necessário para ganhar a eleição e acredito que, até domingo, temos condições de alcançar", declarou.
 
Com relação às prioridades, caso seja eleito, Capitão Wagner apontou que o lixo é uma questão a ser tratada imediatamente, logo nos primeiros 100 dias de governo. "A prioridade é limpar Fortaleza, que passa por uma grande crise na questão do lixo, impactando na saúde", frisou. O abastecimento de postos de saúde com medicamentos também foi elencado como relevante. 
 
 
Cortes de cargos e despesas
 
As polêmicas medidas de reestruturação orçamentária e demissões foram confirmadas pelo Capitão Wagner. "Para que a Prefeitura tenha recursos para atender a todas as demandas, é preciso enxugar a máquina", afirmou. A meta, na possível gestão, seria o corte de 2.000 cargos comissionados, de veículos locados e de mais de R$30 milhões em gratificações a servidores. 
 
Passe livre e transporte público 
 
Questionado sobre a real possibilidade financeira de fornecer passagem gratuita a estudantes da Capital, uma das promessas de sua campanha, o candidato defendeu que isso influiria, inclusive, em outras áreas. "O passe livre contribuiria não só para a educação, mas para a questão da mobilidade. Alunos que têm carro poderiam ir de ônibus, diminuindo o trânsito", explicou.
 
Capitão Wagner afirmou ainda que não irá congelar o preço das passagens, mas propor um preço justo. Ônibus com wi-fi e ar-condicionado, medidas da gestão de Roberto Cláudio, serão mantidas por Wagner, segundo ele, caso seja eleito.
 
Paz possível
 
Partindo das críticas de Capitão Wagner ao atual prefeito sobre as promessas feitas em campanha e não cumpridas, o jornalista do Diário do Nordeste, Inácio Aguiar questionou o candidato sobre suas propostas de segurança pública. "É possível restabelecer a paz em Fortaleza, como o senhor promete, já que essa é uma questão tão complexa e subjetiva? Armar a Guarda Municipal é a solução para o problema?", questionou. Wagner garantiu que é possível e apontou, novamente, o armamento da Guarda como principal recurso para a segurança, a fim de que os agentes substituam policiais militares em algumas funções. Além disso, o candidato afirmou que, se eleito, vai investir em sistemas de videomonitoramento na Capital. "Só armar e aumentar o efetivo da Guarda Municipal não vai resolver o problema da segurança", concluiu.
 
 
 
Fortaleza "policialesca"
 
Uma das propostas de Capitão Wagner é conceder terrenos municipais a integrantes da Polícia Militar. Sobre isso, o jornalista do Diário do Nordeste Egídio Serpa questionou o candidato se a medida não seria, na verdade, "construir uma cidade policialesca." Em resposta, Wagner afirmou que a Prefeitura "pode ceder terrenos a profissionais, como policiais e professores também", e aproveitou para listar mais uma promessa. "Nós iremos concluir todas as obras de moradia que estão em andamento", garantiu.
 
 
Falta d’água
 
A falta de água em Fortaleza e no Ceará, que vive uma de suas piores secas, perdurando por seis anos, foi introduzida na entrevista pelo jornalista e radialista da Rádio Verdes Mares Evandro Nogueira. Na oportunidade, Capitão Wagner acusou a gestão de Roberto Cláudio de "não fazer campanhas para economia e reutilização de água", declarando ainda que implantará "incentivos fiscais para que as novas construções tenham sistemas de reutilização da água".
 
Cidade sem moradores de rua 
 
Para o Capitão Wagner a ampla presença de moradores de rua em praças do Centro de Fortaleza, principalmente na Praça do Ferreira, "tem solução na geração de emprego. Se eu der apenas o peixe, a alimentação e a moradia, não vou resolver esse problema", concluiu.
 
Velha política x nova política
 
Uma das bandeiras defendidas pelo candidato do PR é a "nova política", que, de acordo com ele, combate os apadrinhamentos. "Eu nego. Nunca tive padrinho político para pedir voto por mim. Hoje eu tenho como aliados políticos tradicionais porque essas pessoas estão acreditando na minha candidatura", justificando o apoio histórico de seu partido, o PR, aos governos Lula, Dilma e Michel Temer, membros da "velha política" definida por ele.
 
Políticos como Tasso Jereissati participam da campanha de Wagner. "Para ser candidato no Brasil, não pode ser independente, tem que ter um partido", declara Capitão.
 
Muitas promessas para apenas quatro anos?
 
O jornalista Inácio Aguiar perguntou a Capitão Wagner sobre a viabilidade de concluir todo o plano de governo que propõe em apenas quatro anos. O candidato afirma ser possível, já que muitas das medidas "deram certo" em cidades como as paulistas Diadema (415.180 habitantes) e São Bernardo do Campo (822.242 habitantes). Atualmente, Fortaleza conta com uma população de 2.609.716 de habitantes, segundo dados atuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).