Dados referentes à inserção da população no mercado de trabalho cearense e a evolução da estrutura da participação de cada grupo de atividade econômica no total da população ocupada, foram analisados nesta quarta-feira (25), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
Oferta e procura
Os números, ainda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do 3º trimestre de 2015, divulgados pelo IBGE, registram um aumento no índice de desemprego e um crescimento na procura por vagas em todo o Estado.
Para o analista de Políticas Públicas do Ipece, Alexsandre Cavalcante, está havendo uma maior procura por emprego, que passou de 3,76 milhões para 3,81 milhões de pessoas nos últimos dois trimestres.
"A procura aumenta mais que a desocupação de cargos. A crise está aí, mas não é de todo negativo", afirma Alexsandre.
A dificuldade de encontrar postos de trabalho é relacionada a uma maior estabilidade dos empregos no Ceará, que, segundo o analista, registraram um "discreto crescimento no quantitativo de pessoas ocupadas passando de 3,43 milhões para 3,44 milhões. Também é relacionada ao mal momento da agricultura no Estado, correspondente a 15,6% do total de empregos do Ceará, que somada a crise financeira do país, dificulta mais conseguir a vaga.
"Se não há chuvas no Estado, não há produção, não há emprego, não há ocupação", afirma Alexsandre.
Comércio recebe mais empregos
A primeira parte da pesquisa, que trata da inserção da população no mercado de trabalho cearense, aponta que do total de 8,91 milhões de habitantes, 7,02 milhões têm idade acima de 14 anos e 3,81 milhões estão pressionando o mercado de trabalho. Desse total, 3,45 milhões estão ocupadas e apenas 364 mil estão desempregadas.
Na segunda parte da pesquisa mostra a estrutura da ocupação no mercado de trabalho, revelando onde estão as pessoas ocupadas e os setores com maior concentração, análise feita com base nas principais atividades econômicas como agricultura, indústria, construção, comércio, transporte, alojamento, informação, comunicação, administração pública e serviços domésticos.
O Ceará concentra boa parte da sua mão de obra no comércio, com 21% das pessoas ocupadas, seguido pela indústria 13,7%, a construção civil cresceu para 8,8%, mas a agricultura teve uma acentuada perda, caindo de 15% para 11,5% fruto do momento climático dos quatro últimos anos de seca.