Cartão de crédito: novas regras para o rotativo já estão em vigor; entenda

Para o economista Ricardo Coimbra as mudanças serão benéficas para a economia

A partir deste mês, os consumidores que não conseguirem pagar integralmente a tarifa do cartão de crédito só poderão ficar no crédito rotativo por 30 dias. A nova regra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em janeiro, entra em vigor nesta segunda-feira (3).
 
A medida consta da reforma microeconômica anunciada pelo governo no fim do ano passado. Os bancos tiveram pouco mais de dois meses para se adaptarem à nova regra, que significa que quem não pagar o valor total do cartão na data do vencimento, terá apenas um mês para regularizar sua situação.
 
Os bancos definiram as novas taxas para o crédito parcelado. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a medida tem o potencial de reduzir pela metade os gastos com juros em 12 meses. A expectativa é que a facilidade de quitar dívidas aumente, considerando o fato de que os juros, que chegavam a 490% ao ano diminuíram para uma média de 160%.
 
O diretor econômico da Anefac, Miguel de Oliveira, diz que o impacto das medidas sobre os juros só será conhecido nos próximos meses. “Em primeiro lugar, muitos bancos fixaram taxas bem elásticas, que podem chegar de 1,99% a 10% ao mês, dependendo da instituição financeira e do histórico [capacidade de pagamento] do consumidor. Então, fica difícil saber qual será o efeito efetivo, porque cada consumidor tem uma taxa personalizada, e a gente precisa ver quem não conseguirá pagar a fatura integral”, afirmou Oliveira.
 
Para o economista Ricardo Coimbra as mudanças serão benéficas para a economia e os brasileiros. "Agora ele (consumidor) só vai usar o crédito de acordo com seu limite orçamentário, de acordo com o seu limite do cartão", disse.
 
Segundo o especialista, no entanto, o ideal ainda é pagar as contas em dia. "Só gastar aquilo que efetivamente pode comprar", finalizou.