Pesquisa revela que os ricos estão mais magros e os pobres mais gordos

Um excesso alimentar que parece prazeroso mas que, na realidade, é doentio. Hoje, está difícil controlar o peso.
 
Não apenas os hábitos alimentares dos brasileiros estão totalmente incorretos, mas os comportamentais também! Vivemos numa sociedade em que a aquisição de energia é bem maior que o gasto.
 
Segundo o último levantamento sobre obesidade no Brasil, feito pelo Ministério da Saúde em 2013, 20% dos brasileiros - cerca de 40 milhões de pessoas - são obesos. Outros 50% - 100 milhões de indivíduos - têm sobrepeso. E um fenômeno chama a atenção: os indivíduos mais ricos estão mais magros; já os mais pobres estão mais gordos.
 
Realidade no Ceará
 
Essa realidade pode ser comprovada no Instituto da Primeira Infância (Iprede). Há 28 anos, quando a ONG foi fundada, a grande preocupação era a desnutrição infantil. Hoje, muitos pacientes que chegam com risco nutricional têm outro perfil.
 
"Existem obesos que têm doenças graves e também crianças com risco nutricional ou desnutridas; mas pelo fato de comer alimentos ruins, acabam tendo problemas como colesterol alto, triglicerídios, resistência à insulina", explica a nutricionista Liana Teixeira.
 
"Tem a criança que chega obesa, mas com deficiência de vitaminas, por uma má alimentação, por só comer alimentos embutidos, industrializados, com muito açúcar e muito sódio. E tem a criança que é muito ansiosa, que se alimenta além da conta", completa a nutricionista Rafaela Abud.
 
Desde 2006, o Iprede oferece um programa voltado para auxiliar crianças com problemas de excesso de peso; são 24 encontros por ano.
 
O instituto atende 80 crianças que sofrem com a obesidade, mas o número deveria ser maior, só que a ONG não tem como ampliar as vagas. Para se ter uma ideia, hoje há uma lista de espera de 400 crianças em todo o Ceará.
 
*Confira mais detalhes na reportagem de Kilvia Muniz.