A Justiça determinou às operadoras de telefonia móvel o bloqueio do WhatsApp, serviço de mensagens instantâneas, em todo o País por 72 horas. A medida começa a valer a partir das 14h desta segunda-feira (2).
As 5 operadoras TIM, Oi, Vivo, Claro e Nextel já receberam a determinação e informaram que vão cumpri-la. Em caso de descumprimento, elas estarão sujeitas a uma multa diária de R$ 500 mil.
A decisão é do juiz Marcelo Montalvão, da comerca de Lagarto (SE), e data do dia 26 de abril.
Casos semelhantes
O juiz responsável pelo bloqueio é o mesmo que, em março, mandou prender o vice-presidente do Facebook (que faz parte do mesmo grupo empresarial do WhatsApp) na América Latina depois que a empresa não colaborou com investigações da Polícia Federal a respeito de conversas no WhatsApp em um processo sobre tráfico de drogas.
Em dezembro, o WhatsApp também foi bloqueado por 48h devido a uma investigação criminal semelhante, mas a decisão foi alvo de uma liminar e o bloqueio não completou as 48h.
Em fevereiro, outro caso parecido aconteceu no Piauí, quando um juiz também determinou o bloqueio do aplicativo no Brasil para forçar a empresa dona do app a colaborar com investigações relacionadas a casos de pedofilia.
Criptografia
Recentemente, uma nova atualização do WhatsApp assegurou a criptografia de ponta-a-ponta a todos os usuários. "A criptografia de ponta-a-ponta do WhatsApp assegura que somente você e a pessoa com que você está se comunicando podem ler o que é enviado e ninguém mais, nem mesmo o WhatsApp", explica o site oficial da empresa, que garante que não há nenhuma maneira de desativar a criptografia.
Na prática, com a criptografia, a empresa seria incapaz de cumprir ordens judiciais que solicitem a conversa dos usuários, por exemplo. Salvo pela existência de alguma falha de segurança no sistema, a única maneira de a Polícia obter uma conversa pelo WhatsApp é por meio da apreensão do celular da pessoa investigada.
"Embora reconheçamos o importante trabalho da Justiça em manter as pessoas seguras, os esforços para enfraquecer a criptografia arriscam a exposição de informações dos usuários ao abuso de criminosos virtuais, hackers e regimes opressivos", justificou a o CEO da companhia, Jan Koum, no período em que a criptografia foi ativada em todas as novas versões do aplicativo.
Alternativas
Milhares de usuários já estão se precavendo e baixando o Telegram, aplicativo semelhante ao WhatsApp e com versões para web, iOS e Android. O Facebook também pode ser uma alternativa, já que também possui serviço de mensagens instantâneas, o Messenger, também disponível para dispositivos móveis.
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Devido ao bloqueio do Whatsapp, muitos usuários podem buscar alternativas para o envio de mensagens instantâneas. Listamos, abaixo, outras opções para quem quer continuar a utilizar o serviço de forma gratuita e com variedade de funcionalidades.
Viber: o Viber é um aplicativo que oferece um conjunto de opções e facilidade para encontrar novos contatos. Da mesma forma que o Whatsapp, o Viber conta com o número de telefone.
Além das mensagens instantâneas, o aplicativo permite envio de emoticons, fotos, mensagens de voz e vídeo. Outra funcionalidade é o ViberOut, que possibilita ligações para telefones fixos de forma gratuita apenas com o acesso à internet.
Line: com mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo, o Line é combinação de mensagens de texto com interações sociais. Os usuários podem enviar mensagens grátis, vídeos, sons e emoticons.
O uso do aplicativo é feito a partir de um pequeno código enviado diretamente do app para o aparelho no momento do login.
Kik: o Kik é um aplicativo que envia mensagens utilizando cartões com diferentes funcionalidades, como vídeos do YouTube, stickers e minijogos. Além disso, o Kik possibilita o envio de fotos por tempo limitado e a pesquisa na web dentro da própria conta.
Assim como o Line, o Kik não necessita de número de telefone ou e-mail: tudo pode ser feito por meio de um código pin.
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