Polícia Federal e assessoria de ex-presidente Lula negociam termos da entrega

Desde a madrugada desta sexta, Lula está no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP)

Terminou, às 17h desta sexta-feira (6), o prazo estipulado pelo juiz Sérgio Moro para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se apresentasse voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba. Até o momento, o ex-presidente não se manifestou sobre se irá se entregar à PF. Ele também não fez nenhum pronunciamento desde a expedição de sua ordem de prisão.

Desde a madrugada desta sexta, Lula está no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). No sindicato, o ex-presidente reuniu-se com lideranças do partido e seus advogados e passou a noite no local. Do lado de fora, militantes fazem uma vigília em apoio a Lula. Minutos antes do fim do prazo, os manifestantes fizeram uma contagem regressiva. Logo após às 17h, aplaudiram e gritaram: "Não tem arrego". Muitos gritam que não deixarão o ex-presidente ser preso.

Em Curitiba, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula informou à imprensa que estava negociando com a defesa do ex-presidente para que ele se apresentasse. De acordo com o delegado, não está descartada o prosseguimento da negociação mesmo após o fim do prazo estabelecido pela Justiça.

O delegado disse que a intenção é evitar confrontos, já que o ex-presidente está no sindicato cercado por apoiadores. Igor de Paula acrescentou que é remota a chance de a Polícia Federal entrar no sindicato para prender o ex-presidente.

Manifestações

De acordo com o jornal Diário do Nordeste, protestos em apoio ao ex-presidente Lula são registrados, nesta sexta-feira (6), em diversas cidades do Ceará, entre elas Caucaia, Crato, Juazeiro do Norte, Boa Viagem, Cratéus, Maranguape, Iguatu, Tamboril, Redenção, Sobral, entre outros.

Em Fortaleza, a Praça da Gentilândia e a Avenida 13 de Maio foram pontos de concentração de apoiadores ao ex-presidente.

STJ

Antes das 17h, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Félix Fischer negou habeas corpus protocolado pela defesa do ex-presidente para anular o decreto de prisão assinado pelo juiz federal Sérgio Moro.

Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, na ação penal do triplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.