Há muito tempo, os produtos em couro deixaram de ser usados apenas pelo homem rústico do campo, pelos vaqueiros.
Hoje, as peças são populares e consideradas itens de moda indispensáveis. É que, com o tempo, as sandálias, cintos e bolsas tiveram que evoluir em qualidade, originalidade e design para conquistar mercados cada vez mais amplos.
No Crato, a produção artesanal é feita quase em ritmo industrial para atender à demanda. Os belos produtos têm compradores certos no Brasil e em outros países.
Tipicamente nordestinas, as rasteirinhas de couro são um sucesso. É o que garante o artesão André Rocha, que trabalha no ramo há mais de 25 anos.
"Começamos vendendo na região do Cariri, em Juazeiro (do Norte), por conta do polo turístico religioso e tem um grande potencial comercial. A gente foi se adaptando a um artesanato de qualidade. Assim, começamos a vender no Nordeste e hoje estamos exportando para a Europa e Japão", afirma o artesão.
Para conquistar o consumidor estrangeiro, os artesãos tiveram que adaptar o produto ao padrão internacional. Os pregos, por exemplo, deram lugar à cola sem cheiro e o solado ficou mais resistente. Tudo sem perder a originalidade.
"Tivemos que melhorar muito em acabamento e embalagem. A demanda foi tão grande que tivemos que quase industrializar a produção, sem deixar a característica morrer", explica o artesão André.
Ele também conta que antes, as sandálias não eram tão valorizadas, mas que caíram no gosto popular. Tanto que ele já criou mais de 350 modelos.
Atualmente, a pequena fábrica em expansão produz mais de mil pares por mês.